domingo, 14 de novembro de 2010

Em 'Camp Rock 2', Jonas Brothers mostram intimidade com o público

Na noite anterior ao encontro com os Jonas Brothers, eles deram um espetáculo em Nova Jersey, sua terra natal. Foi um show histérico e alucinante, na qual as fãs cantavam mais alto que os músicos. A exaustão das duas horas de música ao vivo já entrou no dia a dia de Kevin, Joe e Nick Jonas e eles acordaram bem cedo para conversar com jornalistas do mundo todo.
Trabalho sempre em primeiro lugar para os Jonas, que não deixaram os celulares de lado até que as câmeras começassem a gravar. Acompanhados do irmão mais novo, Frankie, os Jonas, entraram em cena para falar de Camp Rock 2, último megahit televisivo da Disney. E embora o profissionalismo sempre esteja presente, eles não deixaram a intimidade familiar de lado e logo começaram os sorrisos, exceto por Nick, que manteve seu semblante sério e a mente aparentemente concentrada em sua música.
Logo de cara, uma surpresa: Kevin Jonas anunciou que pretende passar seu aniversário, 11 de novembro, no Brasil! Nem mesmo os outros Jonas sabiam dos planos de Kevin e sua esposa. Joe ficou estupefato e elogiou a ideia do irmão. São as novidades começando a surgir da vida cada vez mais individualizada do grupo, que encontra motivos para seguir em sua linha musical por uma razão admirável: formar novas gerações de apreciadores do rock'n roll, ou melhor, apreciadoras, já que é inegável o poder de sedução que esse trio ainda exerce sobre milhares de meninas em todo o mundo.
O compromisso com a música é grande, mas ela é feita para ser escutada em casa, no CD ou no MP3. Nos shows norte-americanos, é impossível. São quatro guitarras simultâneas, potência exagerada, e números impecáveis, mas quem canta são as fãs, cujo volume supera as caixas de som e o fôlego parecer similar, ou superior, ao de Nick Jonas quando enfrenta seu desafio pessoal a cada espetáculo: cantar a canção Introducing Me em menos de dois minutos. Ele ensaia pouco, como disse ao Terra, mas conhece a música melhor do que ninguém. A canção é resultado de sua criatividade e, até certo ponto, necessidade de testar os próprios limites. Uma espécie de declaração pública de que cantar músicas adolescentes não é tão fácil e descartável quanto parece.
Embora mergulhados no estilo Disney, os Jonas Brothers compõem e cantam com convicção e dedicação a um estilo, uma missão pessoal. Suas músicas nascem de seus ideais e - parte pela construção de marketing, parte pela adequação ao público - refletem em seus ouvintes. Diferente do estilo de Demi Lovato, - que participou da mesma coletiva de imprensa - que carece de voz própria e não pensa duas vezes antes de assumir que escreve para os fãs.
Mercadologicamente, é uma fórmula acertada. Mas, diferente dos Jonas, Demi falha ao reconhecer o poder que lhe foi dado. Sorrir intensamente, despejar energia no palco - ela abre o show para os Jonas, após o ato inicial com o elenco de Camp Rock 2 - e atender uma fatia de mercado pode ser comercialmente interessante, mas a indústria musical perdeu a conta de casos de sucessos iniciais que se perderam pela ausência de uma meta mais definida. Escrever para os fãs energiza sua base já fanática, eles adoram ser o alvo do trabalho da cantora e atriz, mas essa imagem publicitária dificulta o entendimento de quem realmente é Demi Lovato. Grandes astros se constroem ao encontrar um público que ressoa suas ideias e ideais. Quando seu único ideal é agradar o consumidor, perde-se a chance de construir uma voz verdadeira.
Confira a seguir a íntegra da entrevista com os Jonas Brothers.
Suas fãs vão à loucura com cada palavra de suas músicas, Nick. De onde você tira a inspiração para conseguir o mesmo efeito com todas as canções? Qual o seu segredo?
Ser honesto e escrever o que é real sobre aquele momento. Seja levar um fora ou passar por algo muito empolgando, o importante é dizer o que você sentiu ou te inspirou, pois se funcionou com você, pode inspirar outras pessoas. Sempre uso experiências reais como fonte.
Mas em muitos casos suas experiências não são as mesmas do público, especialmente pela questão da idade. Balancear o que vocês querem transmitir com o que eles esperam é difícil?
Sempre pensamos em escrever músicas capazes de fazer sentido para ouvintes jovens ou adultos. É a mesma fórmula para um filme que busca algo mais amplo. Por exemplo,
Camp Rock 2 pode interessar diversas faixas etárias, pois há momentos que farão mais sentido para adultos e momentos que farão mais sentido para a garotada.
Musicalmente falando, quais os momentos mais especiais para vocês em Camp Rock 2?
Sem dúvida os covers que fizemos de algumas músicas clássicas vão agradar os adultos. Eles vão reconhecer essas homenagens! E também é importante vermos que toda aquela equipe dedicada a criar algo especial com
Camp Rock 2!
Vocês estão criando uma nova geração de roqueiros. Isso é intencional? Vocês querem semear esse amor pelo rock'n roll especialmente entre garotas que, habitualmente, ficariam mais focadas no pop?
Há tantos gêneros musicais representativos por aí que é importante para o público experimentar um pouco de tudo. Gostamos de músicas muito diferentes e, mesmo sabendo que nosso público é mais feminino, procuramos trazer nossas influências para cada música. The Beatles, Rolling Stones, Elvis Costello e outras coisas que nossos pais nos apresentaram.
Vocês fazem alguns covers de classic rock em seus shows. Algum plano para gravarem um álbum só com covers famosos?
Seria ótimo. Adoramos tocar alguns clássicos nas passagens de som e adoraríamos fazer algo assim. Pode ser uma boa ideia para o futuro.
Kevin, você estava dizendo algo sobre querer passar seu aniversário no Brasil. Quais seus planos?
Kevin: Vou estar entre dois países na turnê.

Joe: Quais?
Kevin: Hummm
Joe: Mas vamos ficar no Brasil.
Kevin: É, vamos ao Brasil! Queremos aproveitar, curtir um pouco e passear. Vai ser bem legal.
Qual o melhor momento para vocês durante os shows?
Joe: Nessa turnê, tocamos
Please Be Mine que foi a primeira música que escrevemos juntos. Aí olhamos para a plateia e podemos nos conectar com ela imediatamente.
Nick: Love Boats é algo muito especial.
E quanto tempo leva para praticar Introducing Me?
Não muito, para ser sincero. Canto uma vez antes de entrar no palco só para aquecer, mas dá um trabalhão. Muitas palavras!

 

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